sábado, abril 17, 2004
387 Amôre
O amôre, graça de mau gosto,
muitas vezes na boca, sempre no sentimento,
veio, trota, trotando, ter comigo.
Trazia a língua de fora, tropeçava nela,
fazia-se cansado, era apenas piegas.
Por que volta a bestiúncula
a rondar-me o terreiro?
É camaradagem
ou aragem da cama?
Desapossados é que estamos livres para caminhar.
Alexandre O'Neill - Dezanove poemas - 1983
Originalmente publicado no sapo.CAP @ 4/17/2004 12:34:00 da manhã
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