segunda-feira, maio 31, 2004
478 Liberdade
Eu prezo muito o direito à liberdade. Cada um de nós, individualmente, deve poder fazer o que muito bem entender, dentro dos limites da convivência social e do direito, com o que é seu. Tomemos como exemplo, já devem ter percebido que não é um exemplo escolhido ao acaso, os blogues: cada autor é o único responsável pela sua linha editorial, ou ausência dela, dispõe do poder de manter ou terminar o espaço que ele próprio criou com a mesma celeridade, ou reflexão demorada, com que lhe deu a vida. Todavia, tenho vindo a assistir a alguns desânimos entre os meus amigos, e não só, que me deixam com uma tristeza impensável há dez meses atrás. As amizades virtuais, algumas já mais do que isso, não deveriam terminar assim. Compreendo as razões avançadas por alguns, aceito a ausência de justificação por parte de outros - fazem uso do seu poder de decisão. Eu, com estas palavras, faço uso do meu direito: não gosto, não quero que desistam. É a minha opinião, viva a liberdade!
No que me diz respeito, não tenciono desistir, mas não me venham cobrar esta afirmação quando, um dia, eu pensar de forma diferente. A coerência vitalícia é o suplemento vitamínico das mentes pequenas. Não vale a pena dizerem-me: É pena, podias desistir já! ou Não fazes falta, já vais é tarde! ou votarem-me abaixo de zero. Quando comecei, era lido por mim e por um leitor fiel. Hoje, tenho alguns mais, de tal forma que até tornei o contador quase invisível, tal o desconforto com os números que ele apresenta, depois de atingir os cinco dígitos. Não é isso que me motiva. Se voltar a ser lido apenas por mim, não será isso que me fará desistir.
Originalmente publicado no sapo.CAP @ 5/31/2004 11:24:00 da tarde
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