terça-feira, janeiro 31, 2006
Efeitos secundários da poesia
(O ficheiro esteve disponível durante uma semana)
Dia Mau
Não quis guardá-lo para mim
E com a dimensão da dor
Legitimar o fim
Eu dei
Mas foi para mostrar
Não havendo amor de volta
Nada impede a fonte de secar
Mas tanto pior
E quem sou eu para te ensinar agora
A ver o lado claro de um dia mau
Eu sei
A tua vida foi
Marcada pela dor de não saber aonde dói
Mas vê bem
Não houve à luz do dia
Quem não tenha provado
O travo amargo da melancolia
E então rapaz então porquê a raiva
Se a culpa não é minha
Serão efeitos secundários da poesia
Mas para quê gastar o meu tempo
A ver se aperto a tua mão
Eu tenho andado a pensar em nós
Já que os teus pés não descolam do chão
Dizes que eu dou só por gostar
Pois vou dar-te a provar
O travo amargo da solidão
É só mais um dia mau
Ornatos Violeta, O Monstro Precisa de Amigos, 1999
CAP @ 1/31/2006 12:32:00 da manhã
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E gostei deste "travo amargo da melancolia". :)
(ainda nas nuvens?)
Tem dias em que é assim, Reflexões...
O teu bom gosto nunca te deixa ficar mal, Pré. :)
Nem consigo imaginar uma bicicleta assim, Maria. :)
E do título do post? ;)
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